terça-feira, 29 de agosto de 2017

029- A busca do EU no outro


Em meio à crise de identidade, o jovem vai partir em busca de novas identificações, novos padrões de comportamento, sempre que possível, bem diferentes dos que seus pais representam. Daí, a identificação com todo tipo de modelos, desde os Menudos, até Gandhi, passando por filósofos, cientistas, políticos, atletas, artistas, etc. Há muito tempo de tentativa e erro nesse processo, e é interessante que nessa busca de fortalecimento de sua personalidade haja momentos de tanta identificação que o adolescente praticamente perca a sua própria identidade.

Nesse momento há também uma enorme necessidade de pertencer a um grupo. O jovem encontra-se a meio caminho entre infância e adolescência, enfrentando a toda hora afirmações do tipo “você é grande demais para isso”, ou “você é pequeno demais para aquilo.” Fica meio marginalizado tanto do mundo adulto como do mundo infantil. O grupo, então, ajuda o indivíduo a encontrar a própria identidade num contexto social. No grupo existe uma uniformidade de comportamento, de pensamento, de hábitos. Nessa época em que a auto-imagem se modifica radicalmente, o adolescente procura conforto em sua roda de companheiros, padronizando suas ideias, suas atitudes. Um serve de modelo para o outro. Sofrem de angústias semelhantes, e o grupo funciona como protetor perante elas (uma espécie de substituto dos pais, segundo a psicanálise). Curtem as mesmas experiências, e as vivenciam juntos.

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