sábado, 7 de outubro de 2017

043- A resistência do deprimido ao tratamento


Uma das tarefas mais difíceis no campo da saúde física e mental é ajudar quem não quer ajuda. A resistência do deprimido em aceitar auxílio familiar ou profissional pode ter diversos motivos.


A pessoa pode recusar ajuda por não se reconhecer como doente, ter medo de assumir a própria fragilidade diante de outras pessoas e prejudicar a sua imagem no convívio social (trabalho, escola, família, amigos, ...), experimentar um sentimento de desistência diante da vida ou por falta de informação sobre a doença.


Há ainda outra situação, na qual a pessoa deprimida se isola ou não se abre quando questionada sobre sua tristeza.  
Esse silêncio pode ser uma forma de agressão aos familiares, deixando-os angustiados e sem saber o que fazer, ou uma maneira de dizer que não acredita que alguém possa compreender seu sofrimento.


Observa-se que o vínculo de confiança entre o enfermo e quem tenta ajudá-lo é de fundamental importância para vencer a resistência, fazendo com que aquele se sinta acolhido, amado, respeitado e compreendido. Há situações em que o deprimido não aceita ajuda e apresenta forte tendência ao suicídio, percebida pelo olhar vago e desvitalizado, acompanhado de certa indiferença pela vida e pela freqüência de assuntos relacionados à morte. Em casos assim, principalmente quando já existe um histórico de tentativas de auto-extermínio, deve-se considerar a necessidade de internação, ainda que contra a vontade do deprimido, para que a medicação ajude a modificar o ambiente psíquico e estimule a pessoa a continuar lutando e se tratando.


ALGUMAS ESTRATÉGIAS EM FAVOR DA BUSCA DE TRATAMENTO:

  • Dizer ao deprimido que o tem percebido diferente, mais triste.
  • Levar a pessoa a se perceber (aparência, atitudes, ...).
  • Mostrar os prejuízos pessoais causados pela situação.
  • Escutar a queixa da pessoa deprimida, evitando fazer comentários que banalizem seu sofrimento.
  • Oferecer companhia na ida a uma consulta.  
  • Não demonstrar excessiva compaixão pela dor da pessoa enferma. Essa atitude reforça a idéia de que realmente está muito mal e que tudo na vida é difícil. Respeite seu sofrimento, mas faça com que sinta que você tem energia suficiente para ajudá-la e que acredita em sua capacidade de reação.
  • É comum o deprimido não aceitar conselhos de familiares. Pode ser que a interferência de um amigo tenha mais efeito.
  • É bom lembrar que pressionar demais pode causar o efeito contrário e que a paciência e a tolerância podem produzir uma indispensável relação de confiança.
  • Nos casos mais graves, ou em situações nas quais não se consiga a colaboração por parte do deprimido, é aconselhável que algum familiar ou amigo busque orientação profissional, com o intuito de compreender a problemática, saber qual a melhor postura a ser adotada e que cuidados devem ser tomados, principalmente em relação ao risco de suicídio.


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