quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

021- 11º Passo de A.A. (Visão Terapêutica)



O Décimo Primeiro Passo diz:  “Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade”.

Prossegue-se tentando viabilizar o processo de reaprendizado necessário para atingir o objetivo final de recuperação do alcoolismo: a convivência social plena composta de relações interpessoais prazerosas.

Como foi demonstrado ao discutir-se o Décimo Passo, é fundamental que o alcoolista possa, durante o reaprendizado, perceber aspectos positivos em sua vida, para manter-se motivado independente do grau de desconforto originado pelas dificuldades e conflitos, inter-humanos.  Evidentemente, sabemos que o alcoolista tende, sempre, a procurar alívio em seu objeto de dependência e, portanto, tem maior necessidade de conforto que alguém sadio, não-dependente.

Assim como um inventário pessoal diário é útil para um balanço geral do dia ou do período vivido, a oração e a meditação são formas, igualmente importantes, de travar um contato mais íntimo com os fatos e as emoções envolvidas no dia a dia.

De uma maneira geral, o programa dos Doze Passos revela-se uma forma concreta de busca consciente do aperfeiçoamento pessoal, estando, portanto, subentendidas as dificuldades próprias a um processo de recondicionamento.

O mecanismo da oração e da meditação serve para, em momentos de angústia decorrente de conflitos e dúvidas, rememorar os propósitos de reavaliação e reformulação tentando, assim, frear impulsos antes que decisões ou atitudes precipitadas – inerentes ao padrão anterior de comportamento – possam trazer, agora, consequências desagradáveis e mais angústia.  O hábito de, antes de qualquer conclusão, analisá-la cuidadosamente à luz dos propósitos originais é uma eficiente arma contra, por exemplo, o remorso e a culpa.

O tomar contato consciente com suas emoções possibilita ao alcoolista uma elaboração mais adequada das mesmas e o resultado advindo é a reação mais coerente com os tais propósitos de reformulação.  Esse mecanismo é fonte de um sentimento de conforto e paz derivado da certeza de estar tentando acertar.  E eis o mistério dos Doze Passos:  a manutenção desse processo traz, ao mesmo tempo, alívio (prazer) e motivação para prosseguir.


Além disso, todos os mecanismos utilizados com o objetivo de estreitar o contato consigo próprio servem para facilitar a convivência social.  Treinar o “parar para pensar”, condicionado à confirmação consciente da necessidade de aceitar suas limitações, é fundamental para que o alcoolista possa retirar daí a motivação para conviver com elas da melhor maneira possível.  O relaxamento e a paz advindos desse contato fornecem condições para um convívio mais amplo em sociedade.  É o treinamento que traz segurança ao alcoolista para enfrentar as dificuldades do relacionamento interpessoal sem o medo imobilizante de sofrer a cada momento.  Estes, portanto, são métodos eficazes de viabilizar o crescimento através do prazer (paz e conforto).


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